sexta-feira, 4 de novembro de 2016

TALVEZ PRECISEMOS OUVIR DE NOVO “EFATÁ”



Como é maravilhoso ouvir o canto dos pássaros, o bramido das ondas do mar, o eco da nossa própria voz próximo às montanhas, o som de uma doce melodia e palavras que nos tragam renovo. Não deve ser nada agradável viver desprovido deste sentido, lidar diariamente com um silêncio angustiante e monótono.
Apesar de ter sido utilizada como introdução a menção da audição no seu sentido literário, a intenção real desta breve meditação não é esta e sim fazer alusão a dois outros tipos de surdez que podem causar ao homem um prejuízo ainda mais assustador.
Por volta do ano 58 D.C., numa carta escrita para cristãos em Roma, o apóstolo Paulo afirma que nenhum homem pode simplesmente dizer que não conhece a Deus porque ninguém falou a respeito dEle (Romanos 1.18-27). A tese que ele utiliza para fazer tal afirmação é a de que a própria criação, com as suas riquezas insondáveis e magníficas são suficientes para revelar ao homem acerca da existência de um Deus criador de todas estas coisas. Infelizmente, apesar deste Deus se revelar a cada nascer do sol, utilizar inúmeras outras formas para se comunicar com os homens, alguns ainda estão surdos. São capazes de ouvir e distinguir inúmeros sons e notas musicais, entretanto, ignoram a sua voz que ecoa a todo instante em seu coração dizendo: Filho (a) eu te amo; quero caminhar contigo; oferecer aquilo que você tem buscado a vida inteira e não conseguiu encontrar; preencher o vazio existencial que você já tentou ocupar com drogas lícitas e ilícitas, com a prostituição, com o acúmulo de riquezas, com o trabalho e muitas outras coisas; oferecer a tão sonhada paz que lhe trará sossego mesmo vivendo em meio a terríveis tempestades, pois confiará que estarei sempre no controle de sua vida e lhe protegerei sempre. Este é o segundo tipo de surdez, a de homens que teimam em viver sem Deus ou pensam que podem viver com Ele sem abandonar as coisas que o desagradam.
Outro tipo de surdez é aquela que acometem homens que experimentaram apenas uma religião ou acreditam que Deus pode ser domado, enjaulado, detido apenas a rituais, dogmas e preceitos meramente humanos. Pessoas que descansam no berço esplêndido desta “religião”; ignoram a sua missão e a da igreja; menosprezam os sem religião como se estivessem em um patamar muito mais elevado; acreditam que trabalhar para este Deus é coisa para pastor e demais oficiais da congregação ou apenas assumir um “cargo”; pensam que o cristianismo serve apenas para livrar-lhes do inferno, curar as suas doenças, oferecer-lhe benesses sem medida. Este tipo de surdez talvez seja ainda mais terrível, pois constantemente Deus está usando os púlpitos, os seus servos e a sua Palavra para lhes mostrar o que devem fazer e como se comportar para estarem no centro da sua vontade.
Diante de tudo isto, a boa notícia é que Jesus de Nazaré pode fazer novamente o que outrora fizera na cidade de Decápolis a um homem surdo e que ainda tinha a língua presa quando disse “EFATÁ” e o homem não só passou a ouvir, como também a falar desembaraçadamente (Marcos 7.31-37). Esta palavra é a transliteração de um termo aramaico que quer dizer “ABRE-TE”. Que todos os ouvidos sejam abertos para ouvir nitidamente a voz do Deus de Israel e as línguas soltas para anunciarem com toda a intrepidez que Jesus está as portas. 

Soli Deo Glória!!!
Juvenal Mariano de Oliveira Netto

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