sábado, 8 de outubro de 2016

COMPRA DE VOTOS: FRAGILIDADE DE NOSSAS INSTITUIÇÕES E DECADÊNCIA MORAL DO POVO



Nos últimos meses temos ouvido vários discursos de integrantes dos três poderes afirmando que as nossas instituições estão funcionando plenamente e que a democracia está em pleno curso. Não é o que parece, pois a cada eleição fica mais visível à compra de votos, em meio à prevaricação daqueles que deveriam coibir tais atos. Quando estes fatos se tornam tema de debates até mesmo nas conversas de bares e barbearias, fica evidente que as autoridades têm conhecimento destes atos ilícitos. Fica a pergunta: Porque ninguém toma uma atitude? E não adianta utilizarem como desculpa a fragilidade das leis, a dificuldade de produzirem provas cabais, pois, todos nós sabemos que quando há interesse tudo funciona.

O problema da compra de votos é mais preocupante do que muitas pessoas imaginam. A questão não é apenas um candidato corrupto que se elege, mas, a origem deste imenso mar de dinheiro que pode ser oriundo das máfias de todas as espécies; uma tremenda lavanderia funcionando a todo vapor aos olhos inertes de todos. Em um curto período de tempo podemos ter um número expressivo de políticos em todas as esferas como representantes de facções criminosas; aí, pode ser tarde demais para reagirmos sem muito derramar de sangue. O que esperar de um candidato que venceu a eleição através da compra de votos? Torna-se pior ainda quando vários deles utilizaram o mesmo subterfúgio, ou seja, domínio total do mal; o que já vem acontecendo nos últimos doze anos na esfera federal e que só agora através da operação lava jato o país tenta se recuperar de um rombo sem precedentes e ainda incalculável. Este sistema pernicioso e corrupto precisa ser contido, pois, não é apenas a Petrobrás, BNDES e outras grandes estatais; este esquema está atuante em praticamente todas as cidades deste país. O Brasil só não quebrou ainda porque possui inúmeros recursos naturais e um clima abençoado por Deus, entretanto, se nada for feito em breve esta fonte vai secar; os ricos, exploradores, corruptos sem escrúpulos, fugirão como ratos do navio a naufragar enquanto o resto da população gemerá arrependidamente por ter cedido a estes encantos das medidas meramente populistas.

Se não fosse a fé que temos em Deus e a convicção de que Ele está no controle de tudo, já teríamos entrado em pânico, pois, de um lado observamos uma classe política desacreditada, perversa, sem escrúpulos, que só pensa em enriquecer e que ignora o povo sem constrangimento algum; do outro lado vemos uma população que se acostumou com as coisas erradas, com o jeitinho brasileiro de ser e a mania de querer levar vantagem em tudo; população que parece estar entorpecida, sem direção, expectativa, enfim, acomodada à realidade de um paizinho de terceiro mundo; população analfabeta de “carteirinha”, que está atrás apenas de um canudo ou título, mas que despreza o conhecimento aprofundado, sendo facilmente iludidas e ludibriadas, pois perderam o estímulo do raciocínio. O que passa pela cabeça de uma pessoa que se dispõe a vender o seu voto por cinquenta, cem ou até cento e cinquenta reais? O que estas pessoas esperam da vida? Teriam elas moral para futuramente reclamarem de alguma coisa? Venderam-se, como em épocas antigas em que as pessoas eram comercializadas e viviam sem oportunidade de fazer escolhas; trabalhavam meramente pela comida para não morrerem de fome. Pois é exatamente isto que elas encontrarão ao venderem o seu voto; estarão sentenciadas a um novo tipo de escravidão, trabalhando apenas para suprir as suas necessidades básicas. Que coisa triste, lamentável! Não existe coisa pior para um povo que perder a sua autoestima.

Portanto, só espero que não seja necessário chegarmos ao fundo do poço para despertarmos deste transe; o fundo do poço pode significar uma guerra civil, onde morrerão milhares de pessoas; também pode significar pobreza extrema como é o caso do Haiti hoje. A decisão de mudar esta realidade infelizmente não depende de alguns, mas, da maioria unida e coesa, ciente da sua força e do papel a cumprir dentro do contexto social. Eu não quero que nada disto aconteça e tenho certeza de que ninguém também o quer, então, mudemos o rumo da nossa história começando por nossas próprias atitudes. Pense nisto!
Que Deus tenha misericórdia do nosso povo!!!

Juvenal Mariano de Oliveira Netto

3 comentários:

  1. Já não sei mais o que pensar e, muito menos, o que dizer. "Cada povo tem os governantes que merece", diz uma frase. Pena que quando a conta chega, nós também temos que ajudar a pagá-la.

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  2. Já não sei mais o que pensar e, muito menos, o que dizer. "Cada povo tem os governantes que merece", diz uma frase. Pena que quando a conta chega, nós também temos que ajudar a pagá-la.

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  3. Realmente, nestas horas só nos resta o desabafo na expectativa de que outras pessoas também engajem neste propósito.

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