Está cada vez
mais difícil ser honesto, pelo menos em nosso país. Ficaríamos menos
angustiados se a corrupção fosse exclusividade de políticos e seus partidos, ou
de algum órgão específico. Pior que não é; ela se instalou, se instalou não,
muito mais, ela se enraizou em toda a sociedade brasileira. Fazer o correto,
ser honesto, procurar ser justo, cumprir a lei, tudo isto virou coisa de “otário”,
na linguagem popular. Afinal de contas todo mundo rouba, transgridem as leis, é
absolutamente normal. A propina, o gato na luz, o furar a fila, o sonegar
impostos, receber algum tipo de vantagem, etc. Tudo isto é visto com muita
naturalidade e, ai daquele que resolver discordar destas práticas. Arranjaram
até um apelido para quem procura ser íntegro. Estas pessoas são tidas como “caxias”,
“puxa-saco”, “fundamentalista”, “radical”, “utópico” e muitos outros adjetivos
pejorativos, como se elas estivessem no erro.
Existem medidas
muito simples a serem tomadas a fim de diminuir estas distorções de caráter,
entretanto chegamos à conclusão que, simplesmente, não há nenhum interesse
nisto. Todo mundo se acostumou com a famosa “lei de Gérson”, querer levar
vantagem em tudo e a olharem apenas para o seu umbigo, o próximo, este que se
vire.
Há algum tempo
atrás acreditava que a burocracia existente em vários órgãos públicos e
privados, tinha como finalidade a lisura, a fim de realizar as coisas de um modo
mais correto possível. Quanta ingenuidade a minha, hoje enxergo que toda esta
burocracia é proposital, intencional, para forçar os esquemas. A burocracia dá
sustentabilidade à corrupção.
Não sei qual a
realidade em outros estados, por isto me pronunciarei em relação ao meu, o Rio
de Janeiro, especificamente sobre o Departamento de Trânsito (DETRAN-RJ), mas
poderia citar aqui muitos outros órgãos, mas deixarei para outra oportunidade.
Uma burocracia enorme, vistorias de veículos realizadas por pessoas com
capacidade técnica duvidosa, que são praticamente inquestionáveis durante as avaliações
do seu veículo, induzindo um número significativo de pessoas a se proporem a “pagar
por fora” para terem a sua aprovação e obter o documento de seu veículo. Ainda
falando deste órgão, é um absurdo a quantidade e valores dos “DUDAS” a serem
pagos, sem contar ainda com as Blitz, que deveriam focar bandidos, armas,
drogas, mas, infelizmente, o alvo da maioria destas blitz é para apreender os
veículos, cujos donos não pagaram em dia o IPVA do seu carro. Quero deixar bem
claro que não sou contra as blitz e nem quanto à apreensão dos veículos com
irregularidades, entretanto, o que oferece mais risco a nossa sociedade? Sem
contar com as empresas terceirizadas de guinchos, depósitos com diárias a
preços exorbitantes e, pior, muitas vezes pertencentes a pessoas com funções em
órgãos públicos fiscalizadores, ou seja, muita gente ganha com isto.
Às vezes me
sinto como se estivesse dentro da “GRANDE BABILÔNIA” uma cidade usada de
maneira metafórica pela Bíblia para descrever um grande sistema corrompido e
dominado por seres espirituais, normalmente intitulados como “demônios”.
Existe um dito
popular que diz: “água mole e pedra dura tanto bate até que fura”. O grande
desafio para todos os brasileiros não é ser honesto, fazer as coisas certas,
etc. O grande desafio é permanecermos íntegros, inalteráveis em nosso caráter.
Um grande grupo de pessoas vem se rendendo a este sistema cruel e desumano pela
chamada lei da sobrevivência, ou seja, se não se render poderá pagar um alto
preço, inclusive com a perda da própria vida.
Não adianta os
brasileiros irem às ruas e pedirem mudanças no governo, o fim da corrupção, o
apoio incondicional aos juízes, como o Sérgio Moro, isto deve ser só o começo.
É preciso que esta mudança de comportamento, de caráter, comece em mim e em
você, a fim de termos moral para realizarmos críticas e cobrarmos proceder
ético e moral aos outros, senão, seremos meros hipócritas, fazendo discursos
evasivos e sem credibilidade alguma.
Nós não somos
obrigados a nos rendermos a este sistema babilônico, sabemos que é difícil e
que provavelmente teremos que cortarmos na própria carne, mas é o único caminho
a ser seguido, não por algum tempo apenas. Ser íntegro é ser inalterável, ou
seja, mesmo que todos, a nossa volta se corrompam, nossa integridade nos levará
a perseverarmos no caminho correto até o fim, sem pegarmos nenhum atalho, sem
sermos influenciados, ainda que seja por uma multidão.
Para finalizar, a integridade não está, necessariamente, ligada a
religião, até porque existem muitas pessoas comprovando com a sua maneira de
viver que a religião não foi capaz de torná-lo íntegro.
Deus abençoe a nossa nação!!!!!
Juvenal Mariano de Oliveira Netto
“A sinceridade dos íntegros os guiará, mas a
perversidade dos aleivosos os destruirá.”
(Provérbios 11:3).
“E disse o Senhor a Satanás: Observaste o meu
servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto,
temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu
incitado contra ele, para o consumir sem causa.”
(Jó 2:3).
Temos que ter coragem e enfrentar todas essas mazelas de cabeça erguida, mesmo que tenhamos que arcar com as mais sórdidas consequências. Para mudar o mundo, temos que começar por nós mesmos. Como diz o ditado: "A palavra convence, mas o exemplo arrasta".
ResponderExcluirUm dos grandes problemas que o povo enfrenta é a falta de lideres, não chefes, que sejam referenciais. O exemplo deve começar a partir de Brasília.
ResponderExcluirUm dos grandes problemas que o povo enfrenta é a falta de lideres, não chefes, que sejam referenciais. O exemplo deve começar a partir de Brasília.
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