Vivemos
um tempo em que muitas pessoas estão determinando a Deus o que Ele deve ou não fazer,
ou quando não chegam a este extremo, agem como crianças mimadas fazendo pirraça
querendo por Deus contra a parede. Estas pessoas ao agirem assim demonstram não
conhecer a Bíblia e nem a Deus. Ele é o único ser que não fora criado, Ele
reina sobre todas as coisas (Salmo 24.1); Ele não precisa, absolutamente, de
nós; para Ele a luz e as trevas são a mesma coisa, afirmou Davi no Salmo 139.12.
A Bíblia nos ensina que o centro de tudo é Ele, quer dizer que toda a mensagem
contida na Bíblia é Teocêntrica e não antropocêntrica (o homem como o centro de
tudo).
Temos
que ser realistas, nem toda a doença será curada, nem todo o problema será
solucionado, nem toda a petição será atendida. É necessário que tenhamos uma
visão ampliada dos porquês do sofrimento humano. Às vezes passamos por
dificuldades simplesmente pelas nossas más escolhas, colhemos o que semeamos (Gálatas
6.7); outras vezes elas se tornam necessárias para o nosso crescimento
espiritual e completa rendição a Ele (Romanos 5.3-4); em alguns casos específicos,
para que o nome de Jesus venha a ser glorificado (João 11.4); e ainda, em
último lugar porque o sofrimento faz parte da natureza frágil do homem a partir
do pecado original (Eclesiastes 9.2).
Por outro lado não quero desencorajar as
pessoas a buscarem a solução em Deus, a crerem incessantemente no milagre
quando estiverem atravessando pelas tempestades da vida, pois a Bíblia nos ensina
a todo o momento a sermos perseverantes, insistentes, a não termos vergonha de
pedir (Mateus 7. 7-11). O nosso mestre nos ensinou como agir diante dos
momentos tenebrosos. Quando Ele estava prestes a ser preso para a crucificação,
Ele buscou insistentemente ao Pai a fim de que pudesse resolver o problema da
humanidade com menos dor ou de outro modo, mas, por fim, Ele disse a célebre
frase: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu
quero e sim como tu queres.” (Mateus 26.39, 42, 44).
A
nossa adoração a Deus não pode, em hipótese alguma, estar circunstanciada ao pleno
atendimento de tudo o que lhe pedimos diuturnamente. Cada vez que leio o livro
do profeta Daniel, fico maravilhado com a atitude de seus três amigos, Hananias,
Misael e Azarias. O rei Nabucodonozor construiu uma estátua e baixou um decreto
exigindo que todos a adorassem e aquele que se recusasse a fazê-lo, seria
lançado na fornalha de fogo. Aqueles três homens de Deus não obedeceram e,
sendo convocados à presença do rei, responderam esplendidamente: “Se o nosso
Deus a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo
ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos
a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.” (Daniel
3.17-18). Eles foram lançados na fornalha, Deus não fez nada para impedir,
entretanto, quando o rei olhou para a fornalha aquecida sete vezes mais, se
deparou com aqueles homens andando por sobre as brasas. Saíram ilesos da
fornalha pois Deus estava com eles o tempo todo e o rei reconheceu quem era o verdadeiro Deus.
Deus
espera que os seus filhos o adorem incondicionalmente; confiem plenamente Nele, em seu caráter e em seu
direcionar (2 Timóteo 2.13). Espera que o seu "não" como resposta as nossas
petições, quando necessário, seja compreendido como o melhor que Ele tem para as nossas vidas naquele momento,
pois todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam (Romanos
8.28).
Soli Deo Glória.
Juvenal M. de Oliveira Netto