“Não
ameis o mundo...” esta frase parece contraditória pelo simples fato de ter sido
escrita por um dos discípulos mais próximos a Jesus e que fala com extrema
propriedade sobre a natureza do verdadeiro amor. João escrevendo as suas cartas faz inúmeras
referências à capacidade infinita de Deus em amar o homem e também sobre a responsabilidade
que este tem de aprender e de viver este amor.
Quando
João utiliza a palavra “mundo” ele não está se referindo as pessoas sejam elas
quais forem, independente de quaisquer fatores, seja social, econômico ou
cultural. Ele estava se referindo a um sistema perverso gerenciado por um ser
que se rebelou contra Deus e levou consigo a terça parte dos Anjos, tipificado
por satanás. Muitos têm subestimado a inteligência e a astúcia deste terrível
ser, inclusive cristãos. A sua missão é levar o máximo de pessoas para o
inferno e para isto fará de tudo para conseguir o seu intento. No intuito de
enganar e persuadir a sua presa, ele oferece coisas extremamente atraentes; nunca
se apresentará com uma aparência feia, que cause medo e pavor, pelo contrário, oferecerá
verdadeiros banquetes que trarão muita satisfação a nossa “carne”.
Esta
advertência do Apóstolo apesar de ter sido escrita há tanto tempo, é atualizadíssima
para o estilo de vida em que a nossa geração resolveu adotar neste período de pós-modernidade.
Amam e se deliciam com os encantos deste “mundo”; ficam hipnotizadas pela sua
magia, entretanto, deixam a desejar em relação ao amor ao próximo. Jesus amava
as pessoas incondicionalmente, porém reprovava o sistema dominado pelo pecado.
Ao mesmo tempo em que ele estende a sua mão perdoadora para uma mulher que era acusada
de ter cometido adultério e que estava prestes a ser apedrejada, Ele diz para
ela: “... vai e não peques mais.” (João 8.11).
O
grande problema é que existem muitos cristãos equivocados achando que podem ser
discípulos de Cristo e ao mesmo tempo participarem dos banquetes oferecidos por
este sistema corrompido, quem pensa deste modo está enganando a si mesmo e a
sua religião é vã, inútil, e se não se arrepender de verdade o seu fim será
trágico.
Não
precisamos, necessariamente, ter cursos na área teológica, para compreendermos
o que João está tentando mostrar para aqueles que realmente querem seguir a
Cristo. Para ele não há duas opções, ou se ama o “mundo” e repele a Cristo ou
se ama a Cristo e repele o “mundo” (1João 2.15). Não há como servir a dois
senhores. Muitos estão buscando um paliativo religioso ao invés de buscarem verdadeiramente
a Cristo e acabam ficando em cima do muro, mal sabem elas que o muro pertence
ao “mundo”. O Apóstolo Paulo diz que tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém (I Coríntios 6.12),
ou seja, temos total liberdade para fazermos as nossas escolhas, tanto para
pecar e viver dissolutamente, como para viver uma vida de santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor (Hebreus 12.14).
João
ainda se dá ao trabalho de nos explicar os resultados de nossas escolhas quando
afirma que o “mundo” deve ser odiado porque ele passa juntamente com os seus
prazeres, nele tudo é temporário, todavia, aquele que opta por ignorar a ele e
amar a Deus e ao próximo, esse viverá para sempre, vencerá o dano da segunda
morte. (1João 2.16,17; Apocalipse 21.8)
Soli
Deo Glória
Juvenal Mariano de Oliveira
Netto
Perfeita explicação e descrição da citação!
ResponderExcluir"Por um mundo mais prático e menos teórico!"