O termo grego no Novo
Testamento para carne é sarx, já no
hebraico o seu significado é basar. Esta palavra é empregada inúmeras vezes na
bíblia, entretanto vários são os seus significados de acordo com o contexto em
que for empregada.
Ao falar sobre “carne” especificamente
neste texto, estarei empregando no sentido ético, fazendo referência a natureza
carnal, ou a disposição no homem que é propensa a pecar e que é antagônica a
Deus (Rm 7.18; 8.6-8; I Co 3.3; Gl 5.17,19; Cl 2.18; 2 Pe 2.10,18; 1 Jo 2.16).
Muitos cristãos têm sido
traídos pela sua natureza humana, talvez por acreditarem que esta natureza possa
ser totalmente redimida durante e após a sua conversão ao cristianismo ainda
neste mundo terreno.
A única maneira de vencermos
a nossa carne ou diminuirmos os seus efeitos sobre nós é através de uma vida de
santificação, um processo contínuo e progressivo (Hb 12.14). Cabe salientar que
esta vitória não é uma vitória cabal, definitiva, ela é diária, vivida e
experimentada dia após dia, independente do tempo de conversão ou do conhecimento
que se possui acerca de Deus.
A bíblia narra a história de
um homem que pagou um preço muito alto por negligenciar a sua natureza adâmica,
ou seja, natureza herdada a partir do pecado original. Este homem fora
consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe (Jz 13.5) e a sua missão era livrar
Israel do seu maior inimigo na época, os Filisteus.
Ao assistirmos os filmes com
enredos mitológicos, não há como não nos lembrarmos da vida de Sansão. Homem
provido de uma força descomunal que fora capaz de rasgar um leão com as
próprias mãos e derrotar mil homens apenas com uma queixada de jumento (Jz
14.6; 15.15). Sua fama percorria toda a região, era temido e respeitado por
todos, pois sabiam que, quando o Espírito de Deus vinha sobre ele, era
simplesmente imbatível. Com a fama e o respeito de todos,
veio também o menosprezo pela sua natureza decaída; acreditava que realmente
nada poderia derrota-lo, afinal de contas ele era um nazireu. Permitiu que a
vaidade e o sentimento de independência de Deus inundassem o seu coração, era o
princípio para uma possível queda.
Sansão brincou com o pecado e não foi capaz de discernir que toda a sua força
era proveniente exclusivamente de Deus. Por detrás daquele corpo forte existia
uma natureza carnal, frágil, perecível, totalmente dependente de Deus.
Por sua altivez ou até por
ignorância permitiu que a sua "carne" prevalecesse sobre a ação que o Espírito de Deus exercia sobre ele. Um homem que vencera
exércitos compostos por guerreiros experientes e profissionais, agora se
prostra diante de uma frágil, porém astuta mulher, chamada Dalila.
A nossa natureza adâmica
jamais se converterá é como um vulcão adormecido que pode ficar desativado por
centenas de anos e até esquecido, todavia a qualquer momento pode entrar em
erupção e causar danos terríveis. O apóstolo Paulo também pensou que poderia
vencer de forma definitiva a sua “carne”, orou, jejuou, se consagrou, enfim se
humilhou, por fim entendeu que esta luta diária contra sua natureza decaída,
adâmica era imprescindível para mantê-lo aos pés da cruz (2 Co 12.7-10) e assim
poder obter a sua vitória definitiva na glória com o Pai.
Portanto amados irmãos não
permitamos que a altivez, a arrogância, a prepotência e a autossuficiência sequer
se aproximem de nossos corações, lembrando que Jesus afirmou o seguinte: “Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca.” (Mt 26.41). Resta então refletirmos sobre quem tem tido
supremacia sobre as nossas vidas? A nossa “carne” ou o “espírito”.
Soli Deo Glória
Juvenal Mariano de Oliveira
Netto
Muito bom! Palavra edidificante. Deus o abençoe, irmão Juvenal!
ResponderExcluirMuito bom! Palavra edidificante. Deus o abençoe, irmão Juvenal!
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