segunda-feira, 31 de agosto de 2015

TRAÍDOS PELA NATUREZA ADÂMICA


O termo grego no Novo Testamento para carne é sarx, já no hebraico o seu significado é basar.  Esta palavra é empregada inúmeras vezes na bíblia, entretanto vários são os seus significados de acordo com o contexto em que for empregada.
Ao falar sobre “carne” especificamente neste texto, estarei empregando no sentido ético, fazendo referência a natureza carnal, ou a disposição no homem que é propensa a pecar e que é antagônica a Deus (Rm 7.18; 8.6-8; I Co 3.3; Gl 5.17,19; Cl 2.18; 2 Pe 2.10,18; 1 Jo 2.16).
Muitos cristãos têm sido traídos pela sua natureza humana, talvez por acreditarem que esta natureza possa ser totalmente redimida durante e após a sua conversão ao cristianismo ainda neste mundo terreno.
A única maneira de vencermos a nossa carne ou diminuirmos os seus efeitos sobre nós é através de uma vida de santificação, um processo contínuo e progressivo (Hb 12.14). Cabe salientar que esta vitória não é uma vitória cabal, definitiva, ela é diária, vivida e experimentada dia após dia, independente do tempo de conversão ou do conhecimento que se possui acerca de Deus.
A bíblia narra a história de um homem que pagou um preço muito alto por negligenciar a sua natureza adâmica, ou seja, natureza herdada a partir do pecado original. Este homem fora consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe (Jz 13.5) e a sua missão era livrar Israel do seu maior inimigo na época, os Filisteus.
Ao assistirmos os filmes com enredos mitológicos, não há como não nos lembrarmos da vida de Sansão. Homem provido de uma força descomunal que fora capaz de rasgar um leão com as próprias mãos e derrotar mil homens apenas com uma queixada de jumento (Jz 14.6; 15.15). Sua fama percorria toda a região, era temido e respeitado por todos, pois sabiam que, quando o Espírito de Deus vinha sobre ele, era simplesmente imbatível. Com a fama e o respeito de todos, veio também o menosprezo pela sua natureza decaída; acreditava que realmente nada poderia derrota-lo, afinal de contas ele era um nazireu. Permitiu que a vaidade e o sentimento de independência de Deus inundassem o seu coração, era o princípio para  uma possível queda. Sansão brincou com o pecado e não foi capaz de discernir que toda a sua força era proveniente exclusivamente de Deus. Por detrás daquele corpo forte existia uma natureza carnal, frágil, perecível, totalmente dependente de Deus.
Por sua altivez ou até por ignorância permitiu que a sua "carne" prevalecesse sobre a ação que o Espírito de Deus exercia sobre ele. Um homem que vencera exércitos compostos por guerreiros experientes e profissionais, agora se prostra diante de uma frágil, porém astuta mulher, chamada Dalila.
A nossa natureza adâmica jamais se converterá é como um vulcão adormecido que pode ficar desativado por centenas de anos e até esquecido, todavia a qualquer momento pode entrar em erupção e causar danos terríveis. O apóstolo Paulo também pensou que poderia vencer de forma definitiva a sua “carne”, orou, jejuou, se consagrou, enfim se humilhou, por fim entendeu que esta luta diária contra sua natureza decaída, adâmica era imprescindível para mantê-lo aos pés da cruz (2 Co 12.7-10) e assim poder obter a sua vitória definitiva na glória com o Pai.  
Portanto amados irmãos não permitamos que a altivez, a arrogância, a prepotência e a autossuficiência sequer se aproximem de nossos corações, lembrando que Jesus afirmou o seguinte: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.41). Resta então refletirmos sobre quem tem tido supremacia sobre as nossas vidas? A nossa “carne” ou o “espírito”.

Soli Deo Glória

Juvenal Mariano de Oliveira Netto

2 comentários:

  1. Muito bom! Palavra edidificante. Deus o abençoe, irmão Juvenal!

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  2. Muito bom! Palavra edidificante. Deus o abençoe, irmão Juvenal!

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