Como é frustrante alguém que
luta por um objetivo a vida inteira empregando toda a sua energia, se abdicando
de outras coisas e, muitas vezes de forma despercebida, é pego de surpresa, não
conseguindo alcançar o seu alvo. Para ilustrar bem esta realidade citarei uma frase
popular bastante empregada que diz assim: “NADAR, NADAR, NADAR E MORRER NA PRAIA”.
A verdadeira igreja de
Cristo é invisível aos olhos dos homens, apesar de crermos na confissão a
Cristo como Senhor e Salvador e o arrependimento pelos pecados cometidos como
sendo totalmente suficientes para que os homens venham a alcançar a salvação, quer dizer,
morar por toda a eternidade no céu, só podemos ter certeza da nossa própria salvação, ninguém pode ter certeza acerca da salvação
dos outros, mesmo que esta pessoa afirme ser Cristão, exerça cargos de destaque
e congregue por anos a finco em uma igreja, isto por si só não será a garantia
para a sua salvação, pois nós vemos apenas o exterior, mas Deus vê além, Ele vê
o coração, ou seja, a autenticidade de tudo aquilo que tentamos mostrar por
atos vistos exteriormente.
A bíblia diz que conhecemos
a boa árvore pelos seus frutos, por aquilo que ela vem produzindo no decorrer
de sua vida, pois uma boa árvore, consequentemente, produzirá bons frutos,
enquanto que uma árvore ruim, mesmo sendo vistosa, bonita, e venha a ofereçer uma sombra
que nos proteja do sol e do calor, será conhecida pelos frutos podres,
inservíveis, que não alimentam a ninguém, nem animais e muito menos os seres
humanos (Mt 7.16-23). Este é apenas um parâmetro que a bíblia revela para que tenhamos uma ideia
de quem na verdade somos, porém não tem como chegarmos a uma conclusão
definitiva acerca de quem seria realmente salvo ou não a não ser o próprio Deus.
Nosso Mestre conta uma
parábola narrada no evangelho de Mateus, capítulo 13, a partir do versículo 24, intitulada
como: “A parábola do Joio e do trigo”. O trigo (triticum spp.) é uma gramínea
cultivada em todo o mundo. Globalmente, é a segunda maior cultura de cereais e
tem sido fundamental para alimentar milhares e milhares de pessoas pelo mundo
inteiro, ou seja, ele contribui fortemente para manter uma sociedade saudável,
ele é uma bênção de Deus para todos nós.
Já o joio, conhecido também
pelo nome de cizânia, que como a maioria das espécies do gênero é uma planta
anual, de talo rígido, que cresce até 1 metro de altura. Morfologicamente muito
parecida com o trigo, é considerada uma erva daninha desse cultivo. A
semelhança entre essas duas plantas é tão grande que em algumas regiões
costuma-se denominar o joio como “falso trigo”. O joio é frequentemente
infectado por um fungo, produtor de toxinas. Por ser uma erva daninha comum
entre o trigo susceptível a infecção fúngica, em diversas línguas europeias a
planta tem nomes que remetem para a embriaguez.
Jesus afirma
que é comum na plantação do trigo, nascer outra planta idêntica a ele, que se
chama joio. Eles são tão parecidos que só serão identificados por ocasião da
colheita, pois somente o trigo produzirá alimento sadio. Ele se utiliza desta parábola
para afirmar que nem todos que se dizem cristãos, o são verdadeiramente (Mt 7.21), que
estas pessoas estão tão juntas e são tão parecidas que somente na hora da
colheita, isto é, no julgamento final realizado pelo próprio Deus é que elas serão
identificadas e separadas uma para o gozo eterno (céu) e a outra para o fogo
eterno (inferno).
Neste momento
surge uma pergunta que não quer calar: Somos trigo ou joio? Lógico que se
fizermos esta pergunta tenho a certeza que a resposta será unânime, todos
afirmarão serem trigo.
A bíblia oferece
parâmetros para realizarmos uma autoanálise e consequentemente, chegarmos a uma
conclusão acerca desta pergunta. Pela importância que o assunto traz, diria que
todos nós cristãos deveríamos parar por algum tempo, fechar os nossos olhos
externos, deixarmos de olhar e julgar os erros do nosso próximo e olharmos para
dentro de nós mesmos a fim de fazermos um autoexame.
Não levando em
consideração o nosso tempo de igreja, a nossa assiduidade as reuniões, os
cargos que já ocupamos ou até mesmo se já evangelizamos alguém que esteja firme
na fé até hoje, mas, principalmente quais tem sido os nossos frutos, não de forma isolada, mas como um todo.
Infelizmente,
falo isto com muita tristeza no meu coração, no meio da igreja, mesmo sendo a grande minoria existe o joio, isto é fato, existem
pessoas falsas; extremamente egoístas, onde tudo deve ser do jeito delas, para
satisfazerem o seu superego; invejosas, que se alegram com o tropeço do seu
irmão; tem sempre em mente o “quanto pior melhor” para a igreja local, pois
adoram um burburinho e sentem prazer em assistirem ao espetáculo de verem "o circo pegar fogo"; mentirosas; fofoqueiras, que destroem inúmeras vidas com as suas línguas afiadas;
maldizentes, chegando até o absurdo de fazerem “orações contrárias” do tipo: Mata
ele (a) Jesus, tira o emprego dele (a), coloca uma enfermidade nele (a) para
ver se ele (a) aprende; criadoras de intriga; perversas; pecam descaradamente,
sem se sentirem culpadas, afinal de contas o que lhes importa é a sua imagem
perante o Pastor e a igreja; não tem a menor preocupação com as pessoas que
ainda não foram evangelizadas, o mais importante é que elas se sintam seguras e
salvas e isto lhes basta; utilizam continuamente um linguajar profano tipo: Mer...,
sacana...., baba..., e outras palavras de baixo calão (Ef 5. 3-21); fazem acepção de pessoas; ficam de “mal” com irmãos
lhes negando, inclusive, a fala; banalizam os cultos a ponto de ficarem o tempo
todo conversando e acessando as redes sociais pelos dispositivos móveis; não temem a Deus; são constantemente motivos de
dor de cabeça para os Pastores e por muitas vezes são vistas como pessoas “altamente
problemáticas”; insubmissas, adoram mandar, mas detestam se submeter a qualquer
tipo de autoridade, lembrando que a bíblia trás a insubordinação a pé de
igualdade com o pecado de feitiçaria e que todas as autoridades foram instituídas pelo próprio Deus (ISm 15.23; Rm 13.1); são dominados pelo dinheiro, sendo avarentos ao extremo; praticam relações sexuais ilícitas, isto é, fora do casamento; trocam de parceiros como se troca de roupa, Jesus afirma que
o único motivo justificável para o divórcio é no caso de haver adultério, se fizermos uma
pesquisa grosso modo, chegaremos à conclusão de que a maioria das separações
não é por este motivo (Ap 22.12-16; ICo 6.9-10).
A parábola do
joio e do trigo, trás uma ideia de que quem são joio ou trigo sempre o serão e ponto
final, porém prefiro interpretar a bíblia como um todo, vendo-a de uma forma
mais ampla. No decorrer da história vemos uma sucessão de erros por parte do
povo de Deus, vemos isto com muita clareza no livro de Juízes. Deus
está sempre pronto a nos perdoar e a dar-nos uma segunda chance, basta apenas
que nos arrependamos sinceramente e mudemos a nossa maneira de viver (2 Cr 7.14).
Arrependei-vos, foi e será sempre a palavra chave para definir o evangelho de
Cristo, utilizada dezenas de vezes pelos maiores evangelistas de todos os
tempos.
O joio trás inúmeros prejuízos para toda a comunidade eclesiástica, pelo seu mal testemunho, que acaba nivelando a Igreja de Cristo por baixo, prejudicando o seu crescimento e o cumprimento de sua missão, porém, o maior prejuízo é para o próprio "joio", pela condenação a ser recebida no fim de tudo.
Se começamos a
ler este texto, talvez até por curiosidade, porém constatamos que as
características que ajudam a definir quem é joio estão intrinsecamente ligadas
a nossa maneira de viver, este é o tempo para nos arrependermos e mudarmos a
nossa trajetória, a fim de não corrermos o risco de nos privarmos parcialmente
dos prazeres do mundo, sem, contudo, obtermos a salvação da nossa alma, que deve ser o
nosso maior objetivo.
Portanto, o
Senhor Jesus deseja que nós nademos, sim, nademos muito, empregando toda a
nossa energia a todo o tempo, mas no fim de tudo, venhamos a alcançar o porto
seguro, sendo reconhecidos não como joio (lembrando que a escolha de ser joio é
totalmente nossa), mas como trigo, tendo como consequência a estadia definitiva
e eterna no paraíso com o nosso Pai Celeste, Criador dos céus e da terra. Não tenhamos mais dúvida, decidamos ainda hoje a sermos trigo, sermos uma bênção, pois foi para isto que Deus nos chamou e nos separou do "mundo".
Soli Deo Glória
Juvenal M de Oliveira Netto
Dois motivos me levaram a escrever este texto:
ResponderExcluir1º Tem muita gente equivocada em relação a graça de Jesus e a misericórdia de Deus. Muita gente confundindo liberdade com libertinagem como já advertia o Apóstolo Paulo no seu tempo. Algumas pessoas estão acreditando que o simples fato de terem o seu nome no rol de membros de uma Igreja, ter cargos, ser assíduo as reuniões e ter muito tempo ininterrupto congregando será o suficiente para alcançarem o céu. Gente achando que basta levantar a mão e "aceitar Jesus" que já está com o passaporte carimbado para o céu. A bíblia diz que "Aquele que está em Cristo nova criatura é , as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo" (IICo 5.17). É preciso mudar a maneira de viver. Tem muita gente afirmando ser seguidor de Cristo, porém não demonstram qualquer semelhança com Ele pela sua forma mundana de viver.
2º Existe uma multidão de pessoas afastadas da Igreja pelo mal testemunho daqueles que a bíblia chama de "joio. Transferiram toda a sua decepção com o joio para Deus, que não tem, absolutamente, nada a ver com isto.