Apesar de nunca ter vivido tal experiência, já ouvi
muitos relatos acerca de pessoas que quase perderam suas vidas em um mar ou rio
revoltos, devido a fortes correntezas. Nadar contra ela é algo extremamente fatigante,
até mesmo para os mais exímios nadadores. A única diferença existente entre um
nadador profissional e um principiante ou afogado, é o tempo de resistência e a
sua capacidade de não entrar em pânico. Os mais experientes neste assunto, ensinam
estratégias, tais como: mudar a direção do nado; procurar um ângulo
perpendicular; desbordar até chegar à terra firme. É possível, ainda, se deixar
levar pelo movimento das águas e ver onde vai parar, sem um destino definido ou
a certeza de que vai aguentar chegar vivo até o fim. Nunca ouvi nadadores, por
mais habilitados que sejam, incentivar pessoas a persistirem no nado frontal a elas.
Quem insiste nesta tática, segundo eles, se cansarão, e, dependendo da
distância a ser percorrida, serão vencidos pelo cansaço. A tendência é o
esgotamento, a fadiga e o afogamento.
A vida para muitas pessoas se tornou como se estivesse
nadando contra uma grande correnteza, tentando constantemente lhes arrastar
para lugares e posições indesejáveis. Quem nunca teve esta sensação, de estar lutando
contra uma delas? Empregando muita energia sem conseguir sair do lugar e o
pior, vendo as suas forças se esvaírem.
Em um mundo dominado pela corrupção, onde as pessoas jogaram a ética na
lixeira; abandonaram os valores morais, os quais, no presente século, parecem ultrapassados.
Somados a tentativa de banalizar a família tradicional e a dar ênfase as
relações homoafetivas. O que fazer para vencer todos esses obstáculos?
Em relação à homossexualidade, ela sempre existiu.
Todos têm conhecimento quanto a essa realidade, porém, querer impor esta
prática de forma generalizada, ultrapassa todos os limites. O pior de tudo é
que esse comportamento vai além de nossas fronteiras, isto é, ele é global, com
exceções de alguns países conservadores. Quem defende e luta pela manutenção de
princípios, como a ética, a honestidade, os bons costumes, a família
tradicional, etc., precisa estar consciente que enfrentará fortes oposições. A exemplo
dessa realidade são os heterossexuais assumidos que insistem na defesa da
prática homossexual. Um dos assuntos em pauta no momento é a homofobia, uma palavra
aplicada de forma equivocada, intencional e manipuladora. Homofóbico, a luz dos
dicionários, se define por agressores físicos a pessoas declaradamente praticantes
da homossexualidade. Um indivíduo não pode ser tipificado por esse adjetivo
pelo simples fato de se posicionar contrário a essas práticas, apenas no campo
das ideias. A verdade é que tentam transformar o errado em certo de forma
impositiva e irracional.
Quem nunca enfrentou resistência no ambiente de trabalho, pois, no conceito da
estrutura social montada e imposta, quem sabe mais e tem as melhores ideias são
os mais graduados, os chefes, os que estão no comando. Usando uma linguagem
militar, os possuidores da maior patente. A grande questão é: será que esse
princípio está correto? Quantas pessoas com grande potencial para progredir,
avançar, não estão paralisadas porque lutam diariamente contra os poderes dessa
organização. Quem se atreve a bater de frente, discordar, são tachados como
rebeldes, infiéis ou até mesmo, problemáticos. Quantos líderes nem sequer ouvem
seus liderados? Quando o fazem é apenas para cumprir um protocolo, pois, na
verdade, já estão com as suas decisões prontas.
No campo dá fé, parece que a luta ainda é mais intensa, pois, a dificuldade
começa em casa, ou seja, na própria igreja. Pessoas estagnadas, porém, se
observam outras se movimentando para fazer algo, são os primeiros a colocar algum
obstáculo. Com espírito crítico, tentam desanimá-las com frases como: isto já
foi feito aqui, mas não deu certo. As pessoas deste lugar são de coração duro.
A igreja tal já tentou isso e falhou. Você não está preparado. Eu tenho uma
ideia melhor, etc. Infelizmente, o Diabo consegue muitos colaboradores para
dificultar a nossa vida, aumentando a força da correnteza.
Na área jurídica não difere, pois grande parte de seus membros não é mais
confiável, basta olhar as sentenças, os processos, enfim, chegaremos à
conclusão de que tudo depende do poder aquisitivo. Pessoas praticantes dos
mesmos crimes, no entanto, recebem decisões diferenciadas, conforme a sua
influência. A seu favor estão os advogados renomados, muitos desses “amigos” de
juízes e desembargadores. Você porventura já tentou entrar com uma ação contra Instituições
Federais ou grandes empresas? A dificuldade é imensa.
Essa crise do chamado “petróleo” é apenas a ponta
do iceberg, pois este esquema de propina e de corrupção estão enraizados por
quase todos os setores da sociedade. Todos os domingos têm alguém sendo
investigado e preso por falcatruas, segundo as matérias do Fantástico, transmitidos
pela emissora Rede Globo. O sistema corrompeu as camadas mais altas da
sociedade. Recentemente, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro
Joaquim Barbosa, pediu aposentadoria, sendo que ainda lhe restavam 10 anos para
permanecer no exercício de suas funções no STF. Ele, com certeza, ao tomar essa
decisão, estava se sentindo como alguém impossibilitado de lutar contra esse
gigante.
No início falei que existe uma estratégia humana
para vencer as correntezas, empregando menos energia, mas, ao se tratar de
situações corriqueiras da vida, enfrentadas por todos, principalmente pelos
cidadãos de bem, obedientes a Deus e a sua Palavra, creio que a solução seria
um pouco diferente.
Jesus, no sermão do monte, afirma que devemos
entrar pela PORTA ESTREITA e que larga é a porta e espaçoso o
caminho que conduz a perdição e são muitos os que entram por ela. Porque
estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida e são poucos os
que acertam com ela (Mt. 7.13-14). A porta estreita significa continuar guerreando
contra essas forças, pois, não há como pegar atalhos ou fazer desbordamentos. É
preciso encarar os desafios com perseverança. A correnteza simboliza o mundo
com todo o seu sistema, tentando a todo momento nos fazer desistir.
Portanto, encaremos a correnteza, crendo que Ele,
Jesus de Nazaré, nos dará força suficiente para vencermos o cansaço e chegarmos
ao porto seguro. “Não veio sobre nós, tentação que não fosse humana, mais fiel
é Deus que não permitirá que sejamos tentados além daquilo que podemos
suportar, juntamente com a tribulação, Ele nos proporcionará o escape”, assim
disse o apóstolo Paulo (I Co 10.13). Vale a pena seguirmos em frente, pois, lá
estará nossa vitória cabal.
Juvenal Netto
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