quarta-feira, 20 de maio de 2015

 “CRER É TAMBÉM PENSAR”

Uma das coisas que nos distinguem dos animais irracionais é a capacidade que possuímos de pensar, raciocinar. O filósofo francês René Descartes ficou famoso pela seguinte frase: “Penso logo existo”. A mente é a parte do corpo humano mais complexa e difícil de ser estudada e apesar dos avanços tecnológicos do século XXI, ainda há muitos mistérios que a envolvem e dentre este emaranhado de coisas desconhecidas estão também a capacidade de crer, ou acreditar que é uma capacidade nata do ser humano, todos, sem exceção, acreditam em alguma coisa, seja visível ou não, apalpável, fazendo parte do presente ou futuro, perto ou distante; fácil ou difícil; em fim, se formos realizar uma entrevista que alcance toda a população da terra, chegaríamos à conclusão que, na verdade, todos crêem em alguma “coisa”.
         Agora é importante salientarmos que ninguém consegue crer em qualquer coisa, por mais insignificante que pareça ser sem antes ordenar esta “crença” através de pensamentos ordenados que o levem a chegar onde deseja.
         O escritor da carta aos hebreus afirma no versículo três do capítulo onze que pela fé, entendemos, quer dizer raciocinamos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Paulo escrevendo aos Romanos (Rm 12:1) afirma que o nosso culto deve ser racional, que mesmo buscando a um Deus invisível, que é espírito, devemos fazê-lo consciente usando a capacidade que Ele mesmo nos deu do raciocínio.
 A fé bíblica não é algo louco, irracional, sem fundamentação, sem objetivos, mesmo sendo ela invisível abstrata. Pelo contrário, no capítulo onze, primeiro versículo parte b, da carta aos hebreus dá a seguinte definição de fé: “é a convicção de fatos que não se vêem”, sim, invisíveis, mais fatos. Traz a idéia de ordem de pensamentos organizados, que sabem aonde quer chegar, que tem um alvo, um objetivo, portanto uma racionalidade.
         Crer não é apenas pensar positivo como muitos acreditam. Acham que é o simples poder da mente que realiza coisas extraordinárias (no sentido de sobrenatural). Não, não entendemos desta maneira. Quando afirmo que “Crer é também pensar”, quero dizer o seguinte: Para que a minha fé não seja tola, ou até tida como louca, é preciso tê-la na mente de forma organizada através do pensar, não meramente como um pensamento positivo, ou uma energia, mas levando-a cativa ao senhorio de Cristo, pois ele é o autor e consumador da fé que possuímos.
         Vale à pena, não apenas pensar, pois o pensar é apenas o início e não o fim, ou ainda, um método para se chegar a um fim único, mas acreditar naquele que é poderoso para operar infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós (Ef. 3.20). Portanto, que saibamos utilizar corretamente a nossa fé, com objetivos bem definidos, usando-a a nosso favor e de outrem, mas principalmente para glorificar o nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.   

Soli Deo Glória


Juvenal M. de Oliveira Netto

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