domingo, 31 de maio de 2015

A ARMADURA DE DEUS



Por mais que busquemos a tão almejada “paz”, as guerras fazem parte dos grandes palcos descritos pela humanidade no decorrer da história. O que muda são as intensidades nas batalhas, os motivos e os figurinistas, os quais se deslocam pelos diversos continentes. Uma coisa que nos chama a atenção são os momentos finais, onde o exército com maior superioridade precisa consolidar de vez a sua vitória. Precisa encurralar o inimigo em seu próprio território. Normalmente, esses são os episódios mais dolorosos, onde não há lugar para erros, distrações ou medo.

         Não temos autoridade bíblica para prever com exatidão o fim dos tempos, apenas sinais descritos por Jesus, como a parábola da figueira, e outros acontecimentos que marcariam os dias da sua volta (Mt 24). É notório que muitos episódios já podem ser vistos atualmente. O Senhor dos Exércitos concluirá seu plano de extinguir de uma vez por todas o mal, tipificado pelo Diabo, seus anjos rebeldes e todos os homens que negarem a Cristo (Jo 3. 16-18). Precisamos estar focados, concentrados, vigilantes, equipados e bem treinados para poder vencer. Certos de que toda a estratégia, os mais profundos segredos e as formas de como agir diante dos ataques furiosos do nosso inimigo, estão descritos na Bíblia, onde estão às coordenadas para a vitória. O único modo do Diabo atingir a Deus é derrotar a mim e a você. Ele usará toda a sua perspicácia para isso, pois sabe que jamais terá qualquer chance contra o Eterno. Por isso, não podemos brincar de ser cristãos. Nosso adversário não brinca e está ao nosso derredor, incansavelmente, rugindo como se fosse um leão, buscando uma oportunidade para nos tragar (IPe 5.8). O apóstolo Paulo, escrevendo aos efésios, faz uma síntese sobre o assunto “Batalha Espiritual”, utilizando como ilustração a figura de um soldado romano da época (Ef 6.10-20). Baseados nesse texto observaremos alguns princípios, os quais devem ser examinados cuidadosamente por aqueles que não querem ser surpreendidos.

1º - O apóstolo começa afirmando que toda a nossa força vem do Senhor e que, sem Ele, é, simplesmente, impossível vencer, ou seja, devemos reconhecer que só é possível derrotar o inimigo quando estivermos na total dependência de Deus.

2º - É necessário utilizar o discernimento dado pelo Espírito Santo, entendendo que a nossa luta do cotidiano não é contra as pessoas e sim contra os espíritos malignos que agem através delas, inclusive, na vida dos crentes, se derem lugar para ele.

3º - Precisamos tapar as brechas. Com uma pequena cunha de madeira se abre espaço para derrubar uma porta. Devemos ter cuidado com as “raposinhas” (Ct 2.15), isto é, com as mentirinhas do cotidiano, com os chamados “pecadinhos de estimação”. A única coisa que a Bíblia confere ao Diabo a paternidade é a mentira, por isso, Paulo nos adverte para estarmos sempre utilizando o cinto da verdade.

4º - O nosso parâmetro de justiça será sempre o Senhor, ainda que consideremos uma utopia conseguirmos alcançá-la. Quantos têm fracassado e sucumbido pelo mau testemunho de homens que agem com injustiça devido ao domínio do pecado.

5º - Ter uma atitude egoísta nunca deve ser uma opção. Deus nos chamou para sermos seus instrumentos, propagando o evangelho e não apenas para alcançarmos o céu. No campo de batalhas, o bom soldado sempre arriscará sua vida em prol de um companheiro ferido. Estejamos, então, sempre com os pés calçados com o evangelho da paz, prontos a retransmitir a mensagem que recebemos gratuitamente.

6º - Empregarmos com eficácia a fé, nossa arma de defesa mais poderosa. As circunstâncias dizem: você não vai conseguir. O Diabo diz: você não é páreo para mim. A nossa fé diz: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fl 4.13); “Porque maior é aquele que está conosco, do que aquele que está no mundo.” (IJo 4.4).

7º -  Nos apropriarmos, na verdade, de que nada será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.31-39). Os discípulos, certa feita, voltaram de sua missão, maravilhados porque, ao nome de Jesus, sinais e maravilhas eram realizados, até os demônios fugiam. Jesus os adverte, lhes ensinando que o maior motivo da alegria não deveria ser esse, mas o fato de terem os seus nomes escritos no livro da vida, quer dizer, a garantia da salvação. O mais importante em nós é o espírito, o sopro de vida e ele estará sempre protegido pelo capacete da salvação.

8º - É imprescindível que estejamos aptos a manejar bem a Palavra de Deus, espada do espírito (II Tm 2.15). Ela pode ser utilizada tanto para defesa, como para o ataque, afinal de contas o próprio Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua igreja (Mt 16.18). Eu não preciso, necessariamente, ser um teólogo para ter as credenciais de alguém que a maneja bem. Preciso apenas estar disposto a meditar nela diariamente e manter uma vida de oração para estar sensível aos seus ensinamentos, iluminados pelo Espírito Santo (Js 1.7-9). Lembrando que tão importante quanto a manejar bem, será colocá-la em prática em toda a nossa maneira de viver a fim de que não corramos o risco de, pregando aos outros, nós mesmos não sejamos pegos em condenação (I Co 9.27).

Portanto, amados irmãos, estejamos sempre prontos, conscientes do que nos aguarda para não sermos surpreendidos, pois o tempo está próximo (Ap 1.3).

Juvenal Netto



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